As conferencias setoriais, são valorosos instrumentos de discussão
e elaboração de diretrizes diretas entre os cidadãos e a gestão do dinheiro público.
A formação desses conselhos setoriais que contam a participação popular, sem
dúvida, é uma conquista do processo de redemocratização no final da década de
1980 e também uma tarefa para que esses instrumentos se tornem cada vez mais
representativos e que consigam oportunizar aos cidadãos e cidadãs o direito de
intervir diretamente na gestão pública.
No mês de abril, a Conferência Municipal de Cultura foi realizada
em Ponta Grossa. Realizada numa cidade que recentemente transformou sua Secretaria
de Cultura em fundação. Conferência que aconteceu também sem a participação do
Presidente da Fundação Cultural. Na mesma semana que iniciara os trabalhos da
Conferência, o grupo gestor do município anunciou a exoneração do nome que até
então ocupava a pasta, transferindo a responsabilidade legal da Fundação de
Cultura, para o presidente da Fundação de Esportes.
Tal sequência dos fatos demonstra o quanto as políticas públicas e
as estruturas estatais que teoricamente devem cumprir o papel da execução da
agenda cultural, não ocupam espaço nas prioridades do grupo gestor na cidade.
As Conferências setoriais servem também para se conhecer muita
gente. Gente que dispõem de tempo e paciência para discutir diretrizes de cada
segmento social. Esses espaços também são ricos em informações e novos
conhecimentos, alguns infelizmente de deixar qualquer cidadão perplexo.
No começo de 2013, juntamente ao escândalo político do suposto
sequestro de uma parlamentar na Câmara Municipal de Vereadores, as páginas dos
jornais e as redes sociais noticiaram as paredes transparentes do banheiro da biblioteca
municipal de Ponta Grossa. Mais absurdo que os banheiros cujas vergonhas
humanas são expostas ao público é saber que a mesma biblioteca municipal não dispõem
de qualquer texto na legislação do município, de verbas específicas para a
aquisição de obras literárias.
Confesso: se alguém me contasse, juro que não iria acreditar.
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