Boca de tacho fala, fala muito. Um espaço de breves observações sobre esta cidade, suas manias, sua política e seu contraponto.

18 de mai. de 2013

Cultura - A biblioteca municipal que não pode comprar livros






As conferencias setoriais, são valorosos instrumentos de discussão e elaboração de diretrizes diretas entre os cidadãos e a gestão do dinheiro público. A formação desses conselhos setoriais que contam a participação popular, sem dúvida, é uma conquista do processo de redemocratização no final da década de 1980 e também uma tarefa para que esses instrumentos se tornem cada vez mais representativos e que consigam oportunizar aos cidadãos e cidadãs o direito de intervir diretamente na gestão pública.
No mês de abril, a Conferência Municipal de Cultura foi realizada em Ponta Grossa. Realizada numa cidade que recentemente transformou sua Secretaria de Cultura em fundação. Conferência que aconteceu também sem a participação do Presidente da Fundação Cultural. Na mesma semana que iniciara os trabalhos da Conferência, o grupo gestor do município anunciou a exoneração do nome que até então ocupava a pasta, transferindo a responsabilidade legal da Fundação de Cultura, para o presidente da Fundação de Esportes.
Tal sequência dos fatos demonstra o quanto as políticas públicas e as estruturas estatais que teoricamente devem cumprir o papel da execução da agenda cultural, não ocupam espaço nas prioridades do grupo gestor na cidade.
As Conferências setoriais servem também para se conhecer muita gente. Gente que dispõem de tempo e paciência para discutir diretrizes de cada segmento social. Esses espaços também são ricos em informações e novos conhecimentos, alguns infelizmente de deixar qualquer cidadão perplexo.
No começo de 2013, juntamente ao escândalo político do suposto sequestro de uma parlamentar na Câmara Municipal de Vereadores, as páginas dos jornais e as redes sociais noticiaram as paredes transparentes do banheiro da biblioteca municipal de Ponta Grossa. Mais absurdo que os banheiros cujas vergonhas humanas são expostas ao público é saber que a mesma biblioteca municipal não dispõem de qualquer texto na legislação do município, de verbas específicas para a aquisição de obras literárias.
Confesso: se alguém me contasse, juro que não iria acreditar. 

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